segunda-feira, 21 de abril de 2008

Isabella e o filho do Faraó

Mais uma notícia que chocou a opinião pública, repercutindo de maneira intensa em todas as mídias: a violência contra uma criança, vítima de agressão brutal e incompreensível, comove o país. Os pais, classe média de São Paulo, são acusados de agredir Isabella Nardoni, 5 anos, levando-a à morte.

A mídia, desde a descoberta do caso, incansavelmente bombardeia a população com uma cobertura espetacular, como se casos de maus-tratos, violência e negligência contra menores fosse um fato raro no Brasil. Todavia, sabemos que apenas quando certos problemas atingem as famílias “que mais se parecem com a gente” as notícias ganham maior destaque: o apelo comercial é irresistível!

Na história do povo hebreu, que vivia debaixo da escravidão diante de um Faraó duro e insensível, a vida era de maus-tratos, violência e descaso das autoridades para com os oprimidos. Mortes e assassinatos faziam parte do dia a dia, mas ninguém se importava. Assim era a estrutura social. O Faraó, representando a liderança da época, fazia pouco caso da situação. As classes dominantes viviam à custa da exploração da pobreza, e mesmo quando o libertador enviado por Deus começou a realizar sinais e prodígios, elas não se sensibilizaram. Mas quando a “violência” entrou em sua casa, a questão tomou outro rumo!

O problema dos maus-tratos pode ser encontrado, em relatos clínicos, desde o final do século XIX . Contudo, somente no século XX, mais precisamente na década de 60, estes passam a constituir um problema de saúde, reconhecidos sob a epígrafe "síndrome do bebê espancado — SIBE" (the battered baby syndrome). Uma década após sua definição, alguns países reconhecem, em nível mais amplo, os maus-tratos como um sério problema de saúde pública.
No Brasil, somente na década de 80 a temática da violência emergiu como um problema de saúde pública, ampliando o espaço para se discutir a questão dos maus-tratos. Com o surgimento dos CRAMI’s (Centros Regionais de Atenção aos Maus-tratos na Infância), foi possível acompanhar e mapear melhor os casos de maus-tratos. Esses centros são associados ao CMAS - Conselho Municipal de Assistência Social e CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente. Sabe-se que os índices de violência contra a criança, entretanto, aumenta cada dia.

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que apenas 2% dos casos de abuso sexual contra crianças, nos casos em que o agressor é parente próximo, chegam a ser denunciados à polícia. Estudo do Unicef revela que, de 2000 até 2005, foram contabilizados 437 casos fatais de violência no lar, causado por agressões físicas. A pesquisa da Abrapia – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência – também analisada no estudo do Unicef, aponta que parentes são responsáveis, em média, por 34,4% dos casos. Como é possível ser o caso de Isabella, caso o pai e a madrasta sejam considerados culpados. Quando se trata de abuso sexual, os dados impressionam pela tenra idade das vítimas: 49% das crianças que sofrem esse tipo de violência dentro de suas casas têm entre dois e cinco anos.

E o caso de Isabella? Está situado dentro de um contexto que foge um pouco da curva da média estatística, que coloca a maioria dos relatos de maus-tratos no ambiente da pobreza. Quando o filho do oprimido grita, poucos ouvem sua voz. Por isso o “choque” da classe média faraônica e a hipocrisia da imprensa que, de forma geral, não dá a mesma cobertura para tantos outros casos de violência contra crianças. Em tese, se casos de abuso e violência fossem sempre repercutidos desta forma pelas mídias e população, Isabella poderia ter sido poupada!

Criança é criança, a vulnerabilidade é a mesma em qualquer contexto social e econômico, e o abuso é condenável independentemente de quem sejam seus protagonistas. O sentimento de repulsa e revolta deveria ser o mesmo: desde pelas crianças pobres que diariamente morrem de fome, desnutrição e negligência quanto pelas crianças vítimas de violência como Isabella, João Hélio (o menino que foi arrastado pelo carro da mãe após o mesmo ter sido levado por assaltantes num subúrbio do Rio de Janeiro) ou qualquer outra criança mundo afora!

Parece até que a sociedade criou um indicador cruel: morrer de fome na favela não é tão cruel quanto ser jogado pela janela de um prédio de classe média.

Porém, é bom que o caso de Isabella seja discutido, noticiado e debatido. Na história do Êxodo, relatada na Bíblia, lemos que o fator último que levou a mudança de atitude do Faraó em deixar o povo oprimido ser liberto foi quando a morte chegou à sua casa, à casa dos opressores, tocando seu filho. Parece haver indignação apenas quando certas classes e os governantes são tocados pela violência, quando os maus-tratos atingem nossos “Faraós”! Assim, consternados, deixaremos a indolência e juntos sentaremos e discutiremos essa questão de saúde pública. Da mesma forma que estamos discutindo a Dengue. Nem todos são culpados, mas somos todos responsáveis. Quantas crianças deverão ainda morrer para que isso também aconteça?

Texto extraído da revista Ultimato:

quarta-feira, 9 de abril de 2008

querida filha


Vi Jesus transvertido de alguém que está clamando por paz. Enxerguei nele um espelho de desespero anos atrás de minha vida. Alguém “doou” tempo de oração para comigo. Enxerguei Jesus chorando em meio às drogas, pedindo abrigo, fiquei nu, sangrando, estou enfermo. Quero paz.


Por que tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes, estive nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava preso e viestes ver-me.


Ore pela pessoas que estão realmente passando por algo que você não consegue imaginar, se você consegue imaginar então ore mais.
blog.. simeumesmo

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Essa semana estive com uma jovem de 23 anos. Cuja a história de sua vida me chocou mto.
Exatamente a um ano atráz ela engravidou de seu namorado e não aceitando essa situação em que se encontrava tentou um aborto, tomando remédios para abortar, ela não teve sucesso na sua tentativa e o bebê crescia em sua barriga, mas poucos mêses antes da criança nascer ela se sentiu mal, muito mal e o bebê moreu dentro de sua barriga já todo formadinho. Posso me lembrar daqueles dias, a avó daquele criança tendo que fazer o velório, e sua filha em coma no hospital quase não resistindo a vida também. Os vizinhos todos em oração eu orei aqueles dias por aquela jovem que a vi crescer junto comigo, já fomos vizinhas a algúm tempo da minha vida. E domingo passado sua mãe veio até mim me contar que sua filha novamente estava grávida e que de novo não estava aceitando a gravidez, os médicos tinham pedido a ela, que dentro de um prazo de 2 anos ela não poderia engravidar, porque seria risco pra vida de ambos. Daí vocês já podem imaginar o dilema de toda essa história. Passei a tarde conversando e orando com essa menina e saí de lá com a fé em Deus que ela tomará a decisão certa. Acreditando que Deus possa fazer a sua obra na vida daquela jovem. "Só ELe pode."

Essa história me intristesse profudamente. E repito o que disse a ela: NÃO TEMOS O DIREITO DE TIRAR UMA VIDA E DE TENTAR CONTRA A NOSSA PRÓPRIA VIDA, AS CONSEGUÊNCIAS SÃO MUITO DURAS, SEGUENTEMENTE SÉRIAS TANTO PSICOLOGICAMENTE QUANTO FISICAMENTE PARA UMA MULHER. E ESPIRITUALMETE FALANDO LEVA UMA MORTE ETERNA "O INFERNO" PARA QUEM O PRATICA E NÃO SE ARREPENDE.

Por: Tate Borges

Aborto: um pensamento por dia




Não corteis uma flor. Asa cativa,
só deixará remorso em quem a corta.
Nada mais belo que uma rosa viva...
Nada mais triste que uma rosa morta...

(Moreira das Neves)




A vida tem uma história muito longa, mas cada indivíduo tem um começo muito preciso: o momento da sua concepção.(Jérôme Lejeune)

“O direito à escolha!” É talvez o mais mediático argumento a favor da legitimação da prática do aborto induzido em determinadas circunstâncias. Será que este direito contempla também o direito da mãe a informação detalhada e correcta sobre o desenvolvimento do feto que transporta dentro de si, e das consequências negativas que um aborto induzido pode representar para a sua saúde? O direito à escolha não faz sentido se em primeiro lugar não for dado o direito à informação. Só se pode pensar em dar a escolher depois de se dar a conhecer.